Perdoe-me, TR, mas a leitura do artigo que recomenda é tudo menos obrigatória. Em primeiro lugar, a imagem dos bebés a chorar por causa da dívida dos pais é muito (mas mesmo muito) estúpida e só passa pela cabeça de gente sem o mais leve conceito de efeito literário. Em segundo lugar, o que este moço faz é um diagnósticos que já um milhão de outros fizeram antes dele. Não acrescenta nada. O nosso problema não é fazer o diagnóstico da situação, é descobrir o tratamento. E quanto a isso, o Sérgio Figueiredo diz NADA. Vem com as balelas do costume: reduzir a despesa, menos Estado, melhor Estado, etc., etc., etc. O problema não é esse. É: como é que se faz isso em democracia? Estes pensadores da economia, dos Portugais cantantes, dos compromissos portugais, não o sabem, evidentemente. Fazem a figura de um médico que, perante um cancro incurável, dissesse ao doente: "vamos lá, meu amigo você tem que se curar e, para isso, precisa de eliminar essas células malignas". Estamos conversados. The last, but not the least: este caramelo - como quase todos os economistas - fala como se fosse espanhol ou chinês. Como se ele fosse o único ser impoluto do país, como ele não tivesse nada a ver com a situação criada, como se a responsabilidade fosse apenas dos outros. Fala como a Manuela Moura Guedes falava quando apresentava o jornal da TVI: ele é o bom e a partir de um raio de dois metros para além dele é tudo excremento.
Passei aqui por acaso ao atravessar estas estradas, mas tenho a fazer 2 reparos TR, 1º essa foto do profile,linda e de Sapatos Pretos, imagino.Beijoka e parabéns pelo blog
Funes, não tem nada que pedir perdão por discordar de minha opinião. Percebo que não goste do autor nem do artigo em causa, mas não posso estar de acordo consigo. Não sei se o Sérgio é brilhante ou não, mas simpatizo com ele e regra geral gosto dos artigos de opinião dele, como é o caso deste. Acho-o criterioso nas análises que faz e quer as faça, ou não com apoio de outros textos já escritos, parece-me também que ele transporta de forma inteligente as ideias para a nossa realidade social, o que, dirá o Funes e bem, não é nada de especial porque efectivamente a nossa realidade não é diferente da do resto da Europa em questões sociais. Não me interessa, o que a mim me parece é que na função que ele exerce como analista ou pensador, parece-me bom, quer no conteúdo, quer na forma. Se ele se limita a juntar as peças do puzzle, a mim parece-me excelente, porque se infelizmente nem sempre as peças são simples de juntar para quem percebe de economia, são-no muito menos para quem, como eu, não percebe nada de economia. É o caso deste artigo que mistura uma série de temas que são habitualmente tratados por si sem grande articulação com outras questões importantes. Infelizmente estes temas nunca serão tratados de forma muito diferente.
Quanto ao ar arrogante que lhe encontra, talvez por não o ver na TV, eu não sou definitivamente da mesma opinião do Funes. Há muita gente que quando aborda um tema, quer o domine ou não, só consegue dizer mal, aliás, a generalidade das pessoas pega em temas ou textos escritos por outros para dizer mal, porque se não disserem mal não estão a fazer uma análise e não mostram que têm opinião. Basta dar um passeio por alguns blogues. É como um vício e por sinal feio. A Ana Sá Lopes era, porque agora não sei, um exemplo perfeito, disto. Não me parece que o Sérgio possa ser comparado a Manuela Moura Guedes, sinceramente.
Deixe-me corrigi-la, TR. Eu não quis atingir especificamente o senhor Sérgio Figueiredo, tirando o caso da imagem dos bebés a chorarem por causa da dívida dos pais. A partir do ponto dois do meu comentário, as minhas palavras eram para a generalidade dos analistas económicos - de Daniel Bessa a Vítor Constâncio, passando por Sarsfield Cabral e Francisco Van Zeller - que passam a vida chover no molhado e a proclamar que o Estado tem que reduzir a despesa pública, sem explicarem como é que isso se pode fazer sem atentar contra a classe média, que vive à custa do Estado e que é quem suporta o regime, alternando o seu voto entre o PS e o PSD. O regime não sobreviveria um dia, se um governo (qualquer governo) decidisse levar a sério a história de cortar forte e feio na despesa pública ou noutro qualquer interesse decisivo da classe média. Como se viu em França, recentemente. Repito: não me dirigia especialmente a Sérgio Figueiredo.
A imagem do bebé que chora dentro do contexto do endividamento nem sequer é dele.
Olhe, por acaso, o Sarsfield Cabral é outro, cujos artigos gosto de ler.
Compreendo a sua crítica. Eles, falam muito e não dizem nada de novo. A questão de sobrevivência do regime que refere nem sequer é uma questão meramente portuguesa, é efectivamente uma questão europeia, para a qual não vejo qualquer analista, político, filósofo, ou outros europeus apresentarem solução...
O problema, TR, é que não há solução. Ao menos, em democracia. Ninguém vota a favor do seu próprio sacrifício.
Eu vi que a imagem não era de Sérgio Figueiredo. Mas ele importou-a, o que parece significar que a subscreve e admira. Tal facto não o recomenda à estima do bom gosto.
É verdade Funes. A questão que ele refere e bem é que o inevitável endividamento tem de ser feito com conta, peso e medida para que o problema sem solução não faça de nós e dos nossos filhos ainda mais desgraçados.
e eu ia comentar o comentado.... é assim carissimo funes.
portugal... urgente raspar a cabaça por dentro antes que podre chegue.... I M A G I N A Ç A O.... querido país... imaginaçao... é urgente a receita. eu sei que me doi o dente.... se sei. nao ha quem o trate?
9 Comments:
Perdoe-me, TR, mas a leitura do artigo que recomenda é tudo menos obrigatória.
Em primeiro lugar, a imagem dos bebés a chorar por causa da dívida dos pais é muito (mas mesmo muito) estúpida e só passa pela cabeça de gente sem o mais leve conceito de efeito literário.
Em segundo lugar, o que este moço faz é um diagnósticos que já um milhão de outros fizeram antes dele. Não acrescenta nada. O nosso problema não é fazer o diagnóstico da situação, é descobrir o tratamento. E quanto a isso, o Sérgio Figueiredo diz NADA. Vem com as balelas do costume: reduzir a despesa, menos Estado, melhor Estado, etc., etc., etc. O problema não é esse. É: como é que se faz isso em democracia?
Estes pensadores da economia, dos Portugais cantantes, dos compromissos portugais, não o sabem, evidentemente. Fazem a figura de um médico que, perante um cancro incurável, dissesse ao doente: "vamos lá, meu amigo você tem que se curar e, para isso, precisa de eliminar essas células malignas".
Estamos conversados.
The last, but not the least: este caramelo - como quase todos os economistas - fala como se fosse espanhol ou chinês. Como se ele fosse o único ser impoluto do país, como ele não tivesse nada a ver com a situação criada, como se a responsabilidade fosse apenas dos outros. Fala como a Manuela Moura Guedes falava quando apresentava o jornal da TVI: ele é o bom e a partir de um raio de dois metros para além dele é tudo excremento.
Passei aqui por acaso ao atravessar estas estradas, mas tenho a fazer 2 reparos TR, 1º essa foto do profile,linda e de Sapatos Pretos, imagino.Beijoka e parabéns pelo blog
Estou com Funes. Sei que acontece com alguma frequência... Vá lá que nem sempre!
Funes, não tem nada que pedir perdão por discordar de minha opinião. Percebo que não goste do autor nem do artigo em causa, mas não posso estar de acordo consigo. Não sei se o Sérgio é brilhante ou não, mas simpatizo com ele e regra geral gosto dos artigos de opinião dele, como é o caso deste. Acho-o criterioso nas análises que faz e quer as faça, ou não com apoio de outros textos já escritos, parece-me também que ele transporta de forma inteligente as ideias para a nossa realidade social, o que, dirá o Funes e bem, não é nada de especial porque efectivamente a nossa realidade não é diferente da do resto da Europa em questões sociais. Não me interessa, o que a mim me parece é que na função que ele exerce como analista ou pensador, parece-me bom, quer no conteúdo, quer na forma. Se ele se limita a juntar as peças do puzzle, a mim parece-me excelente, porque se infelizmente nem sempre as peças são simples de juntar para quem percebe de economia, são-no muito menos para quem, como eu, não percebe nada de economia. É o caso deste artigo que mistura uma série de temas que são habitualmente tratados por si sem grande articulação com outras questões importantes. Infelizmente estes temas nunca serão tratados de forma muito diferente.
Quanto ao ar arrogante que lhe encontra, talvez por não o ver na TV, eu não sou definitivamente da mesma opinião do Funes. Há muita gente que quando aborda um tema, quer o domine ou não, só consegue dizer mal, aliás, a generalidade das pessoas pega em temas ou textos escritos por outros para dizer mal, porque se não disserem mal não estão a fazer uma análise e não mostram que têm opinião. Basta dar um passeio por alguns blogues. É como um vício e por sinal feio. A Ana Sá Lopes era, porque agora não sei, um exemplo perfeito, disto. Não me parece que o Sérgio possa ser comparado a Manuela Moura Guedes, sinceramente.
Deixe-me corrigi-la, TR.
Eu não quis atingir especificamente o senhor Sérgio Figueiredo, tirando o caso da imagem dos bebés a chorarem por causa da dívida dos pais.
A partir do ponto dois do meu comentário, as minhas palavras eram para a generalidade dos analistas económicos - de Daniel Bessa a Vítor Constâncio, passando por Sarsfield Cabral e Francisco Van Zeller - que passam a vida chover no molhado e a proclamar que o Estado tem que reduzir a despesa pública, sem explicarem como é que isso se pode fazer sem atentar contra a classe média, que vive à custa do Estado e que é quem suporta o regime, alternando o seu voto entre o PS e o PSD. O regime não sobreviveria um dia, se um governo (qualquer governo) decidisse levar a sério a história de cortar forte e feio na despesa pública ou noutro qualquer interesse decisivo da classe média. Como se viu em França, recentemente.
Repito: não me dirigia especialmente a Sérgio Figueiredo.
A imagem do bebé que chora dentro do contexto do endividamento nem sequer é dele.
Olhe, por acaso, o Sarsfield Cabral é outro, cujos artigos gosto de ler.
Compreendo a sua crítica. Eles, falam muito e não dizem nada de novo. A questão de sobrevivência do regime que refere nem sequer é uma questão meramente portuguesa, é efectivamente uma questão europeia, para a qual não vejo qualquer analista, político, filósofo, ou outros europeus apresentarem solução...
O problema, TR, é que não há solução.
Ao menos, em democracia. Ninguém vota a favor do seu próprio sacrifício.
Eu vi que a imagem não era de Sérgio Figueiredo. Mas ele importou-a, o que parece significar que a subscreve e admira. Tal facto não o recomenda à estima do bom gosto.
É verdade Funes. A questão que ele refere e bem é que o inevitável endividamento tem de ser feito com conta, peso e medida para que o problema sem solução não faça de nós e dos nossos filhos ainda mais desgraçados.
e eu ia comentar o comentado.... é assim carissimo funes.
portugal... urgente raspar a cabaça por dentro antes que podre chegue.... I M A G I N A Ç A O....
querido país... imaginaçao... é urgente a receita.
eu sei que me doi o dente.... se sei. nao ha quem o trate?
eu nao sou pago para ser dente e dentista...
(holeart)
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