Convicções sem preço
Luandino Vieira, escritor angolano que desconheço, ganhou e recusou o maior prémio literário atribuído pelo nosso país, o "Prémio Camões", cujo valor é de cem mil euros.
Segundo palavras do escritor, as razões são "pessoais, íntimas". E isto basta.
Ouvi na rádio, por fontes próximas do escritor, que Luandino Vieira decidiu há muito tempo recusar para si também, as questões banais e mundanas da sociedade actual, optando por viver isolado.
Fico algo comovida com isto. Não conheço o Luandino, nunca li nada dele, e posso estar errada, mas parece-me tão difícil recusar um prémio destes, ainda que haja motivos fortes... Creio tratar-se de um exemplo ímpar de honestidade, seja ela de que tipo for.
O acontecimento é tão pouco comum que o Ministério da Cultura não faz ideia de como contornar a questão.
Segundo palavras do escritor, as razões são "pessoais, íntimas". E isto basta.
Ouvi na rádio, por fontes próximas do escritor, que Luandino Vieira decidiu há muito tempo recusar para si também, as questões banais e mundanas da sociedade actual, optando por viver isolado.
Fico algo comovida com isto. Não conheço o Luandino, nunca li nada dele, e posso estar errada, mas parece-me tão difícil recusar um prémio destes, ainda que haja motivos fortes... Creio tratar-se de um exemplo ímpar de honestidade, seja ela de que tipo for.
O acontecimento é tão pouco comum que o Ministério da Cultura não faz ideia de como contornar a questão.
6 Comments:
É notável encontrar-se tamanha liberdade nos dias de hoje!
Ao que parece Luandino Vieira vive completamente despojado de bens materiais, contentando-se simplesmente com o indispensável .
E esta atitude asceta perante a vida é a meu ver uma enorme declaração de liberdade .
"A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar de todos os outros bens " Montesquieu
A liberdade de recusar o prémio por motivos pessoais e intimos é um direito inalienável do escritor, mas não deixa de me chocar pensar que poderia ter aceite o dinheiro para o distribuir por alguns dos muitíssimos que precisam do mínimo no seu país. Alguns que não dispõem sequer do indispensável.
Não sabia que tinha recusado oprémio!
Raro nos dias de hoje.
Um Homem totalmente livre!.
Mas...
Luandino podia distribuir os
cem mil euros por escolas Angolanas!
é estranho.
:)
Peço desculpa, Patchouly, mas discordo.
Se Luandino fizesse o que diz, provavelmente ia apenas ajudar a filha de José Eduardo dos Santos a comprar mais uns sapatitos em Paris. Ele nunca chegaria a saber se o dinheiro chegaria, de facto, a quem dele necessitava. E provavelmente não chegava.
A sua recusa e o seu pseudónimo, ao recordarem-nos a bandidagem que governa Angola, e ao questinonarem-nos dos motivos por que - ele, que fazia parte da elite privilegiada de Luanda e que podia viver como um nababo - abandonou o seu país, fazem mais pelos angolanos, do que cem mil euros que deixasse para serem entregues a esses necessitados e que, com toda a probabilidade, iriam parar aos bolsos de um bandalho.
Touché, funes.
Estou a ser lírico, reconheço.
Mas que me choca, lá isso choca - que quer, tenho um coração de manteiga! :)
Caríssimo anónimo, estive precisamente para escrever um post sobre o dinheiro gasto pelos "Palancas Negras" e a participação no Mundial, mas não estando bem por dentro do assunto e faltando-me a vontade de o estudar, abandonei a ideia.
Luandino Vieira talvez pudesse ter dado um rumo ao cacau, mas atendendo a opção de vida que tomou, parece-me que ele não deseja nem pensar no assunto.
Vamos ver se o MCPortuguês explica o que vai fazer com o dinheiro, e já agora, estou também curiosa relativamente ao rumo da parcela brasileira.
Post a Comment
<< Home