Tiques inexplicáveis à hora dos clássicos
Nos intervalos das músicas ou mesmo durante o concerto:
- Tossem muito por contágio e em coro;
- Folheiam o programa como quem folheia um jornal, ou mesmo lêem-no durante todo o espectáculo;
- Comentam com o acompanhante que está sentado ao lado e aproveitam para olhar para trás;
- Consultam o telemóvel, iluminado a sala de espectáculo e aproveitam para enviar uma mensagem;
- Nos cinco segundos de intervalo entre as músicas mudam de lugar ou saem da sala uns em passo silencioso outros em corrida apressada;
- Abrem o saco e mexem em qualquer coisa de plástico que está lá dentro;
- Mandam calar com um "chiiiiiiiiiiiiiu" que rapidamente se contagia por mais duas ou três pessoas sem se perceber quem manda calar quem;
- E finalmente, finalmente o toque que faltava soou: o telemóvel. Aconteceu triste e inacreditavelmente durante a absolutamente magnífica sonata para piano nº 31 em lá bemol, op. 11 de Beethoven, soberbamente interpretada pelo norte-americano Richard Goode no grande auditório da Gulbenkian.
Esta pessoa que levou mais de dois minutos a desligar o som do telemóvel devia no mínimo ser obrigada a pedir desculpa ao senhor Richard Goode, o pianista; devia ser obrigada ao pagamento de uma multa, equivalente ao custo do espectáculo por desrespeito ao público em geral e ao pianista em particular, e devia finalmente, ser proibida de frequentar aquela sala de espectáculo para sempre. E ainda assim, nada disto atenuaria a minha vergonha e tristeza....
9 Comments:
poissssssssssss
nem queira saber os olhos que lhes deito quando estão perto....
nao os mato por que nao posso.
outro tique que me irrita: de pé , no entrevalo, de cu nas costas da cadeira para verem quem está e dizerem adeus de longe.
esta gente nao tem limites...
Concordo com tudo. Fica a solidariedade. Precisamos de educação cívica intenssivíssima! É preciso respeito.
"Precisamos de educação cívica intenssivíssima! É preciso respeito."
Discordo, caro L.
O pobão é o que é e não vai mudar (sobre o tema, ver o post "Uma confissão", de Vasco Pulido Valente em http://o-espectro.blogspot.com/2006_03_01_o-espectro_archive.html).
O que tem que mudar é outra coisa, é a frequência dos espectáculos. Só deve ir aos concertos quem goste de lá estar. Enquanto lá for gente que só lá vai para ser visto, nada mudará.
Insuportável. E em funerais também.
Às vezes gostava que o botão "Mute", comum nos comandos de Tv e sistemas de som, pudesse ser aplicado na vida real. Só de vez em quando, mas gostava.
O que mais gosto neste tipo de eventos, normalmente, é dos penteados: os chamados penteados "pizicato"!
Eu discordo completamente da estratégia de marketing do Your e acho que não é num blog chamado "sapatos" que ele vai encontrar muitos "bare foot maniacs". Mas, se calhar, sou eu que não percebo nada de fetiches e de marketing e foi precisamente a palavra-chave "shoes" que o trouxe cá.
O YOUR é seguramente daqueles que não deviam poder entrar num concerto deste género....
O Your é um portuga disfarçado.
Vê-se que não passa de arrotos ;)
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