Monday, May 08, 2006

Inventário de Obsessões: Uma explicação para o meu sentimento de "Belo Urbano"

As Multidões

"Nem a todos é dado o prazer de tomar um banho de multidão; gozar a turba é uma arte; e só pode fazer um festim de vitalidade à custa do género humano aquele a quem a fada insuflou no berço o gosto do disfarçe e da máscara, o ódio ao domicílio e a paixão pelas viagens.

Multidão, solidão: termos iguais para o poeta activo e fecundo. Quem não sabe povoar a sua própria solidão, também não sabe estar no meio de uma multidão afadigada.

(...)"

Charles Baudelaire, em Spleen de Paris


(Talvez continue ...)

Este, é um excerto de "As Multidões" do "Spleen de Paris" de Charles Baudelaire. E apesar de na obra "Spleen de Paris", tal como em "As flores do Mal" (obra que, confesso, não aprecio muito), coexistirem sentimentos que podem ir do horror mais profundo ao mais belo e leve lirismo, este trabalho, talvez pela sua forte ligação à cidade e à vida urbana com a qual me identifico, é por isso mesmo, o meu predilecto.


3 Comments:

Blogger Art&Tal said...

a mesma razao .... a mesma... tanto faz 6ª, 3ª ou 5ª. na multidão nao vejo... nao sinto...

só eu e o meu pulsar

1:06 PM  
Blogger Sinapse said...

Isto é que é 'começar a semana em grande', Tr! Safa! Lá me esforcei para tentar que o comentário não destoasse do post ...
;))


Turba e Urbe - interessante como partilham a mesma sonância!

Não gosto de multidões. Assusta-me o seu poder latente, o pulsar de um ânimo próprio que, podendo ser inspirador, também pode exaltar-se até à bestialidade.

A urbe, pelo contrário, serve-me - porque é uma multidão dispersa, desorganizada, onde facilmente podemos isolar-nos se assim o desejarmos.


... esse Baudelaire era tipo complicado!

4:35 PM  
Blogger patchouly said...

O signo não é o mesmo, o mês já vimos que é, e esse gosto pelo urbano, pela cidade que é a maior obra de arte do homem também nos é comum.

6:48 PM  

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