Será a Rússia o nosso pirómano?
São anos e anos de governos de PS e PSD a sacudir as culpas, a trocar acusações, a fazer estatísticas, a chegar a conclusões, a dizer que vão tomar medidas, a anunciar medidas, a gastar dinheiro, a caçar pirómanos dementes, a comprar equipamento, a criar equipas, a alertar as povoações, etc.. É mais do mesmo, o país sucumbe em chamas vários Verões seguidos, os noticiários sucumbem nas chamas de Agosto.
O Ministro António Costa decidiu festejar antes da festa. Que o seu plano estava a dar frutos, anunciou. Dias depois, sem alternativa passa a admitir que as coisas não estavam a correr como definido no plano por culpa dos outros, naturalmente. Os outros naturalmente, não interessa quem são, naturalmente, interessa é que existem, naturalmente. E quem não vê isto, não vê nada. Ou seja, logo se vê... E então é o que se vê, afinal não era bem aquilo que queria dizer, afinal o Ministro da Agricultura acha que o Ministro António Costa tem razão, etc, etc, e graças a deus veio a chuva...
Até agora só sabemos que a Rússia tem um sentido de oportunidade indesmentível. Perante a calamidade nacional, ofereceu-se para colaborar, aproveitando para saldar a sua antiga dívida a Portugal com hidroaviões. Não um. Não dois. Não três, mas quatro hidroaviões e adeus a 90% da dívida. Hidroaviões que, obviamente, não vão fazer falta nenhuma nos próximos anos, porque infelizmente já ardeu tudo o que se previa poder arder e mesmo o que (dizem os entendidos) era impensável arder.
O Ministro António Costa decidiu festejar antes da festa. Que o seu plano estava a dar frutos, anunciou. Dias depois, sem alternativa passa a admitir que as coisas não estavam a correr como definido no plano por culpa dos outros, naturalmente. Os outros naturalmente, não interessa quem são, naturalmente, interessa é que existem, naturalmente. E quem não vê isto, não vê nada. Ou seja, logo se vê... E então é o que se vê, afinal não era bem aquilo que queria dizer, afinal o Ministro da Agricultura acha que o Ministro António Costa tem razão, etc, etc, e graças a deus veio a chuva...
Até agora só sabemos que a Rússia tem um sentido de oportunidade indesmentível. Perante a calamidade nacional, ofereceu-se para colaborar, aproveitando para saldar a sua antiga dívida a Portugal com hidroaviões. Não um. Não dois. Não três, mas quatro hidroaviões e adeus a 90% da dívida. Hidroaviões que, obviamente, não vão fazer falta nenhuma nos próximos anos, porque infelizmente já ardeu tudo o que se previa poder arder e mesmo o que (dizem os entendidos) era impensável arder.
posted by TR at Thursday, August 17, 2006
4 Comments:
Muito bem visto, TR!
... a culpa morre sempre solteira ...
... será mais fácil continuar a erodir o herário público em esquemas anuais de prevenção e combate, que falham ano após ano? ... em hidroaviões (provavelmente a cair de velhos, não sei ...)? ... hidroaviões que provavelmente ficarão estacionados, sem uso, porque um próximo qualquer ministro que tenha essa pasta a cargo vai ter uma ideia ainda mais brilhante? plim!
A saga dos incêndios encerra incompetências, ineficiências, complacências, e outras -ências (demências, também me ocorre) ...
Pelo que li/ouvi, em Espanha proíbe-se a construção, por um período que creio estender-se até aos vinte anos, em terrenos ardidos. Pretendem, com essa medida, dissuadir pelo menos parte da criminalidade - a dos fogos postos tendo em vista a exploração imobiliária, ...
Haverá algo parecido em Portugal? - pergunto ...
Bem observado!
(Ainda) Não tinha visto as coisas dessa perspectiva...
Ia comentar, mas assim já não comento. Não gosto de uard berifiqueichone.
Basta pensar que 90% dos incêndios verificados deveram-se a mão criminosa, para perceber que interesses obscuros são a ignição dos mesmos e não o calor...
Beijinhos
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