Monday, October 16, 2006

Há coisas que nem mil imagens conseguem explicar!

Aquela "Rivolução" no Porto seria de entendimento fácil se fosse contra o La Féria. Mas lendo os jornais ou vendo, e melhor ainda ouvindo em directo nas nossas distintas televisões os motivos dos ocupantes do teatro, que de lá não arredam pé há mais de 18 horas, fica-se com a certeza de uma coisa: ninguém sabe ao certo o que é que está a acontecer.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Parece que a autarquia quer entrgar a exploração do Rivoli a privados.
Penso que eles têm alguma razão. Foram os Portuenses que comseguiram que o Rivoli não fosse para as mãos da IURD.
Não sei é que clausulas haveria ou não.

5:30 PM  
Blogger solas_na_mesa said...

o alvo da IURD era coliseu... penso eu de que!

ou estarei enganado?

10:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

Era? Pensava que era o Rivoli. Mas sou seu concerteza que estou enganada.

6:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Arte e Entretenimento


Nos dias de hoje, com a globalização, a massificação do consumo e o crescimento exacerbado da indústria do lazer, torna-se cada vez mais difícil distinguir o entretenimento da arte. O ideal consumista converteu a arte num produto de estética populista, fruto da cultura do entretenimento e formatado à lógica do espectáculo.
A lei do rentável foi matando a capacidade de discernimento do indivíduo, tornando-o apenas em consumidor ou consumível .
"Arts and Entertainments” - Os motores de busca na internet teimam em colocá-los sempre no mesmo directório e o facilitismo da estandardização faz com que essa lógica se vá apropriando do imaginário colectivo.
Ambas fazem parte da cultura universal mas com papeis substancialmente diferentes na sua capacidade de intervenção no indivíduo, na sociedade e, consequentemente, na História.

Muitos animais se divertem e entretêm mas apenas um faz arte – o Homem.
O entretenimento (sem as mais valias do convívio, da pedagogia, da ginástica, etc.) está associado apenas ao prazer e a arte vai muito para além disso, é muito mais abrangente e está inevitavelmente vinculada à inteligência, à intuição, ao raciocínio, ao sentimento, à imaginação, à expressão e a tudo o que nos transcende.
Jogar consola com o meu filho é entretenimento. Olharmo-nos nos olhos e sentirmos o amor que nos une, compreendendo e realizando a importância desse amor, é arte.
Um diverte, a outra sensibiliza, emociona, perturba e faz pensar, tocando, modificando, sendo dinâmico e vivo, fazendo evoluir.
Por vezes tocam-se, misturam-se, como o azul e o amarelo que dão verde. Mas não deixam de ser coisas completamente distintas.

Entreter é o espaço entre o que se teve e o que se vai ter, é o tempo em que não se tem nada, em que não se é nada, em que não se existe. Logo é necessário passar esse tempo para outra coisa ter, ser ou existir por nós. Recorre-se então ao passatempo que é uma espécie de encher um copo sem fundo, onde se tem uma sensação de satisfação e a ilusão da acção em si. Passar o Tempo é a coisa mais estúpida que se pode (não) fazer na vida. Simboliza a inutilidade por excelência e é sinónimo de inactividade e improdutividade. É queimar tempo de existência. Não no sentido da meditação e da introspecção mas no sentido da passividade no seu estado mais estupidificante.
Entretenimento é darem-nos algo já feito quando nós não estamos a fazer nada, é darem-nos uma comida já mastigada, ingerida e digerida...

1:04 AM  

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