Triste percepção da realidade
Ao que parece começa a ser comum uma pessoa que falha num determinado momento da sua carreira, especialmente política, vir posteriormente explicar por escrito, num livro, o motivo da sua falha. Aconteceu recentemente com o Dr. Manuel Maria Carrilho e acontece agora com o Dr. Pedro Santana Lopes, que lança hoje também o seu discurso argumentativo por escrito.
Esperemos agora que as televisões convidem autor a explicar o próprio livro, permitindo momentos de antena exclusivos que pouparão àqueles portugueses que nunca comprariam semelhante coisa a desejada bisbilhotice, isolados e confortavelmente sentados no seu sofá; e aos outros que ainda o poderiam vir a comprar, que sintam o seu impulso controlado a tempo. Restam portanto os que vão ao lançamento do livro e que provavelmente aproveitarão a entrevista absorvendo cada palavra que é dita em detrimento de muitas mais escritas para poupar os olhos. As revistas cor-de-rosa cobrirão seguramente o lançamento, permitindo que toda, mesmo toda, a população portuguesa seja conhecedora do evento. E assim, o lançamento de um livro, que parece uma forma de acabar sorridente e com humildade, pode ser, num país de acentuada perturbação amnésica como o nosso, um princípio feliz.
Mais!!! Fiquei hoje a saber pela própria TSF que Pedro Santana Lopes é um novo comentador da actualidade política nesta estação de rádio. Se isto, nos faz abrir as pálpebras para ler melhor este post, fez-me a mim inclinar a cabeça para ouvir melhor aquilo que julguei ser entropia logo pela manhã. Mas não. É verdade. E comenta logo bem cedo depois das 8.30h. A partir de hoje, passo a acordar com outra emissora qualquer.
Esperemos agora que as televisões convidem autor a explicar o próprio livro, permitindo momentos de antena exclusivos que pouparão àqueles portugueses que nunca comprariam semelhante coisa a desejada bisbilhotice, isolados e confortavelmente sentados no seu sofá; e aos outros que ainda o poderiam vir a comprar, que sintam o seu impulso controlado a tempo. Restam portanto os que vão ao lançamento do livro e que provavelmente aproveitarão a entrevista absorvendo cada palavra que é dita em detrimento de muitas mais escritas para poupar os olhos. As revistas cor-de-rosa cobrirão seguramente o lançamento, permitindo que toda, mesmo toda, a população portuguesa seja conhecedora do evento. E assim, o lançamento de um livro, que parece uma forma de acabar sorridente e com humildade, pode ser, num país de acentuada perturbação amnésica como o nosso, um princípio feliz.
Mais!!! Fiquei hoje a saber pela própria TSF que Pedro Santana Lopes é um novo comentador da actualidade política nesta estação de rádio. Se isto, nos faz abrir as pálpebras para ler melhor este post, fez-me a mim inclinar a cabeça para ouvir melhor aquilo que julguei ser entropia logo pela manhã. Mas não. É verdade. E comenta logo bem cedo depois das 8.30h. A partir de hoje, passo a acordar com outra emissora qualquer.
9 Comments:
Há outras opções...
Tens toda a razão. Para mim a Rádio Marginal.
E com quem contracena agora o Sr. Lopes?
Não, por certo, com o Eng.º Sócrates, como acontecia na RTP.
Presumo que com outra figura pública de nível intelectual idêntico ao daqueles dois. Talvez a Flor, da "Floribela".
Sigo o link de Bernardino Pacheco e vou ter a lado nenhum.
Se calhar, Bernardino Pacheco é um pseudónimo de Santana Lopes.
É que eu não concebo que alguém, tirando o próprio, não se tenha apercebido da descomunal nulidade da criatura.
Sem necessiade de ler livros.
Que tristeza de livros... o engraçado é haver gente que os compra...
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Tiro na água, caro Bernardino Pacheco.
Aqui ninguém lê acriticamente os jornais, como sugere. Senão, éramos capazes de andar a espalhar as opiniões de Luis Delgado sobre Santana Lopes (não sendo o próprio Lopes, será Bernardino Pacheco um pseudónimo de Luis Delgado?)
Quanto a conhecer Santana Lopes, devo dizer-lhe que nunca fui com ele para a cama, nunca tomei café com ele, não andei com ele na escola, não sou visita de casa dele, nem ele da minha.
Conheço-lhe a obra, ouvi o seu discurso de tomada de posse como primeiro-ministro, tive que aturar as suas choraminguices do menino guerreiro que queriam abafar no berço. Junto com tudo o resto que é público e notório, é suficiente para perceber que - a não ser que tenha vivido então um período de incapacidade acidental - Santana Lopes é uma absoluta nulidade. Ainda por cima uma nulidade portadora de um narcisismo vitimizador que atinge as raias do caso clínico.
Se o meu caríssimo Bernardino Pacheco pensa o contrário, tem que nos trazer aqui qualquer coisa que possa desmentir-nos. Acusar-nos de patetas manipuláveis por opinadores de jornal não chega.
Caro Bernardino Pacheco,
Eu até compreendo o que quer dizer e, em abstracto, até pode ter razão.
Mas nós não estamos a falar em abstracto. Estamos a falar de Santana Lopes. E Santana Lopes é um caso particular de nulidade.
Ele não precisou de jogos de bastidores. Suicidou-se sozinho.
Não esqueça que inicialmente a imprensa até o adorava.
Não foi a imprensa nem ninguém nos bastidores que o levaram a fazer a triste figura que fez no discurso da tomada de posse como primeiro-ministro. E se foi a imprensa que anunciou (com verdade ou sem ela) que ele tinha dormido uma sesta, não foi a imprensa que o mandou reagir da forma asnática como reagiu a essa notícia.
As trapalhadas sucessivas em que se meteu provam a sua nulidade total como primeiro-ministro. Não provam a sua nulidade absoluta, é verdade. Esta última prova-a a publicação do livro a que agora procedeu. O homem ainda não percebeu que foi vítima de si próprio. Isso é próprio de um tipo que não se limita a não ter perfil para primeiro-ministro, mas de um tipo que não tem perfil para nada.
Repito sempre, falamos de Santana Lopes. Admito que os seus argumentos sejam válidos para outras figuras. Estou a lembrar-me, p. ex., do antigo ministro de Cavaco Silva, Carlos Borrego, caído em desgraça por causa de uma anedota.
Só que Santana Lopes não precisou que ninguém o empurrasse para o precipício. Atirou-se sozinho. É mesmo uma nulidade.
Meu caro,
Não ando nada enganado. E passo a explicar-lhe:
As sestas de Pedro Santana Lopes são más e as de Mário Soares são boas, pela simples razão que a Soares nunca ocorreria responder com um comunicado oficial ao anúncio de que tinha feito uma sesta.
É essa a extraordinária falta de inteligência de Santana Lopes.
Ele quis construir uma imagem daquilo que ele imaginou ser politicamente correcto. E Santana Lopes a dormir a sesta não era a imagem que ele queria transmitir de si mesmo.
Soares nunca cometeria um erro tão grosseiro. Nem Jardim. Nem Pinto da Costa. Que não perdem tempo nem desviam a atenção das suas funções para responder oficialmente aos jornalistas que os arrasam. Ou, quando o fazem, fazem-no no tom genuíno de peixarada que a coisa postula. Não se armam - como Santana Lopes - em vítimas desgraçadas de perseguições abjectas dos mauzões.
O Bernardino Pacheco nunca viu o Pinto da Costa ou o Alberto João Jardim a compararem-se a bebés no berço que os maus querem estrangular.
Tenha paciência, sabemos todos que, em todos os campos (da política, ao desporto ou à arte) a imprensa pode endeusar nulidades ou aniquilar temporariamente tipos com valor.
O caso de Santana Lopes é diferente. Ele é mesmo uma nulidade. Não foi ninguém que o aniquilou.
Veja, por exemplo, o caso que cita de Cavaco Silva. Não foram as referências mil vezes feitas à história do bolo-rei ou as imagens mil vezes passadas da careta de vómito feita numa conferência de imprensa que o impediram de ser hoje Presidente da República.
Do mesmo modo, se Santana Lopes tivesse algum valor, por mínimo que fosse, não era a notícia de uma sesta (ou todas as notícias de todas as sestas) que o conduziriam a fazer a triste figura que fez.
E continua a fazer.
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