porquê?
Ando curiosa com esta nova "Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário", melhor designada e conhecida por TLEBS e que vai ser introduzida a partir do próximo ano no ensino do Português. Tenho lido com atenção os artigos que encontro sobre este assunto e tenho falado com algumas pessoas que já estão a estudar esta nova terminologia, que vem substituir a que todos conhecemos apresentada em Diário da República a 28 de Abril de 1967 e sem qualquer alteração dese então. Em primeiro lugar constato que não se trata apenas de uma nova terminologia, trata-se de muito mais do que isso. Trata-se de alterações na forma de análise textual, a nível semântico, a nível sintático ou memso a nível da pragmática e da linguística. Trata-se na verdade de grandes alterações quer a nível da nomenclatura que a nível dos diferentes tipos de análise textual. Ainda sem saber ajuizar da pertinência destas alterações preocupa-me saber que as alterações são tão profundas que me tornarão incapaz de acompanhar as análises linguísticas com as minhas filhas e que se o pretender fazer vou ter de estudar a gramática toda de novo, o que, já tive oportunidade de confirmar com vários exemplos, será muito difícil sem ajuda. Sinceramente, é este o principal motivo que me move nesta tentativa de perceber e acompanhar o que é que se está a alterar.
Levanto aqui este assunto porque no meio destas dúvidas, levanta-se uma questão que julgo essencial e primeira entre todas; questão para a qual não encontrei, até ao momento, resposta nem em texto algum, nem nos professores que são obrigados e estão neste momento a estudar o TLEBS. A saber: qual o motivo/benefício destas alterações todas?
Alguém sabe?
Levanto aqui este assunto porque no meio destas dúvidas, levanta-se uma questão que julgo essencial e primeira entre todas; questão para a qual não encontrei, até ao momento, resposta nem em texto algum, nem nos professores que são obrigados e estão neste momento a estudar o TLEBS. A saber: qual o motivo/benefício destas alterações todas?
Alguém sabe?
12 Comments:
São alterações que vão complicar e muito a vida dos estudantes(já nem falo dos professores).
Ouvi num forum da tsf há algum tempo exemplos de algumas mudanças e fiquei perplexo...
Também me pergunto:qual o interesse?
com esta ou outra marmelada
transmita as suas filhas o muito que sabe de alguns poetas
o resto sao reformas que nao nao vao a lado algum.
este pais perde-se em porcarias.
como dizia o outro... portugal tem que ser raspado com um caco
uma treta sem imaginaçao
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Eu não sei nada disto, nem me sinto com autoridade para dizer seja o que for. Mas digo na mesma... Eu acho que tudo seria melhor se ensinassem as pessoas a ler correctamente, se os ajudassem a interpretar o significado das coisas. Se as ensinassem a escrever. Para depois não termos barras a gramática que não sabem escrever...
Não gosto de dizer isto, mas a verdade é que sei muito pouco de gramática (isto é, não sei dar os nomes a muitas coisas). No entanto, sei organizar uma frase correctamente, usando sujeitos, predicados e complementos, devidamente organizados com diversos sinais de pontuação. Se me perguntarem se construí uma frase subordinada a esta ou àquela, deste ou daquele tipo, a coisa complica-se...
Afinal, o objectivo do Português (como disciplina) é criar um grupo de marrões que debitam a gramática toda e a não podem/sabem aplicar e outro de falhados que não foram capazes de perceber toda essa complicação? E que, pois claro, serão incapazes de se exprimir, da mesma forma. (Haverá depois o grupo dos que sabem escrever, de facto, que podem ou não, dependendo da vontade e da aplicação, decorar a nomenclatura). Ou será que o objectivo da disciplina é dar alguma cultura literária às pessoas? E, sobretudo isso (!), dar-lhes bagagem e ferramentas, conhecimentos para que saibam escrever, falar, ler e ouvir? Estas ferramentass e conhecimentos não passam (nem excluem) necessariamente a nova gramática, ou a gramática em si, obviamente! Não escrevo contra a gramática. Escrevo contra o poder e o peso excessivo dela... Acho que se aprende a ver. Que aprendemos a organizar frases se virmos frases bem organizadas, em contexto. Acredito que só é possível sintetizar depois de se ter contacto com a língua e com o trabalho daqueles que são mestres e exímios no uso da palavra e da sua organização. Mestres da expressão. ... Sim, também acho que seria muito bom conseguir fazer as pessoas sentir o que lêem, ouvem, escrevem e dizem...
(Peço desculpa por me estender tanto... Saiu...)
A esse respeito, aqui vai um link de leitura urgente:
http://www.dgidc.min-edu.pt/TLEBS/CDMateriaisDidacticos/trabalhos/90_Lusiadas_3C.ppt
retirado do post EDUCACAO-19 daqui:http://barcosflores.blogspot.com/
Jinhos.
Peco desculpa:
http://www.dgidc.min-edu.pt/TLEBS/CDMateriaisDidacticos/trabalhos/90_Lusiadas_3C.ppt
http://www.dgidc.min-edu.pt/TLEBS/CDMateriaisDidacticos/trabalhos/90_Lusiadas_3C.ppt
Talvez aqui possa encontrar algumas respostas:
http://ciberduvidas.sapo.pt/controversias/index.html
semprejurista, vi o programa, mas continuo cheia de dúvidas. Viu? Percebeu quais as vantagens destas mudanças? Até ao momento só vejo vantagens para o negócio dos manuais escolares, para mais ninguém!
Foi a pensar na TLEBS que há dias me recordei de um texto de Borges que referia esta classificação dos animais, incluída em certa enciclopédia chinesa intitulada "Empório Celestial de Conhecimentos Benévolos":
a) pertenecientes al Emperador
b) embalsamados
c) amaestrados
d) lechones
e) sirenas
f) fabulosos
g) perros sueltos
h) incluidos en esta clasificación
i) que se agitan como locos
j) innumerables
k) dibujados con un pincel finísimo de pelo de camello
l) etcétera
m) que acaban de romper el jarrón
n) que de lejos parecen moscas
Quer-me parecer que os autores da TLEBS acreditam que o seu sistema descreve e classifica melhor a realidade. Quer-me parecer que ignoram que toda a classificação é artificial. Quer-me parecer que ignoram que criaram um sistema idêntico ao do "Empório Celestial de Conhecimentos Benévolos".
Talvez não tão benévolo como isso.
Vi e fiquei como a TR. :-(
Estava aqui caladinho até descobrir este blog e ver a minha duvida estampada no ecram. Para que serve uma alteração gramatical feita para descodificar a nossa lingua se a codificam ainda mais? Se existe algum beneficio na aprendizagem anglo-saxonica é a aproximação do popular ao erudito. Nós estamos em sentido contrário, distancia que as classes não se misturem!!!!
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