Saturday, April 29, 2006
Friday, April 28, 2006
Thursday, April 27, 2006
Intertextualidade e neologismos
Depois de uma conversa sobre a Indústria Farmacêutica, concluiu um mail da seguinte forma:
"Os melhores cumprimidos"
"Os melhores cumprimidos"
Wednesday, April 26, 2006
A Era do postal
Acabo de chegar a casa com as minhas filhas. Como sempre, vou à Caixa do Correio. Hoje, excepcionalmente, (porque já ninguém envia postais, creio eu) recebi um postal muito bonito de uma amiga que está em férias algures noutro país do mundo. As minhas filhas ficaram muito surpreendidas com uma carta tão bonita e pediram-me para ler em voz alta o que lá estava escrito. Assim fiz. Era um texto que narrava um curto episódio engraçado e descrevia uma pequena parte do local. Reacção da Sofia depois de perguntar mil vezes qual o nome do país onde ela estava; se tinha de se ir de avião; se tinha animais; etc, :
- mamã, mas a tua amiga não tem telefone, pois não?
- mamã, mas a tua amiga não tem telefone, pois não?
Tuesday, April 25, 2006
25 de Abril

Monday, April 24, 2006
Sunday, April 23, 2006
Saturday, April 22, 2006
Friday, April 21, 2006
Thursday, April 20, 2006
Wednesday, April 19, 2006
Palavras difíceis
Diálogo há momentos no Metro:
- ...
- Essas coisas são do pai do meu marido...
- Pois (blá, blá, blá)
- É que temos de falar sempre com o pai do meu marido, porque aquilo é dele. Foi o pai do meu marido que comprou aquilo há uns 15 anos... Aliás, quem tem de falar com ele é o meu marido, eu não falo com ele.
- Pois, pois...
- ...
- ...
- Essas coisas são do pai do meu marido...
- Pois (blá, blá, blá)
- É que temos de falar sempre com o pai do meu marido, porque aquilo é dele. Foi o pai do meu marido que comprou aquilo há uns 15 anos... Aliás, quem tem de falar com ele é o meu marido, eu não falo com ele.
- Pois, pois...
Tuesday, April 18, 2006
Ao desconcerto de si e
Ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim
Anda o Mundo concertado.
Luís de Camões
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim
Anda o Mundo concertado.
Luís de Camões
Monday, April 17, 2006
Solenes imbirrações
Tratar alguém por "colega"... "Ó colega pode dar uma ajudinha?";" Ó colega vamos lá ver se nos entendemos!" (bem, aqui ainda vá...); "Ó colega chegue-me a esferográfica, por favor!"; ...
... não sei realmente o que dizer, porque acho simplesmente horrível e sugere-me uma série de coisas feias. Eu sei que não tem nada de mal. Mas o que é que posso fazer? Nunca fui e sei que nunca serei capaz de tratar alguém por "Ó colega".
... não sei realmente o que dizer, porque acho simplesmente horrível e sugere-me uma série de coisas feias. Eu sei que não tem nada de mal. Mas o que é que posso fazer? Nunca fui e sei que nunca serei capaz de tratar alguém por "Ó colega".
Insultos, por idades
A minha filha de três anos quando se zanga muito comigo, avisa-me que da próxima vez que eu a aborrecer, me insulta da seguinte forma:
- mamã, se voltas a fazer isso, chamo-te bebé!!
- mamã, se voltas a fazer isso, chamo-te bebé!!
Mentiras por "Paixão"
Apesar de ser adversa a todas as festividades de índole religiosa, se lhes retirar essa grossa capa de espectáculo, na sua essência, a religião em si e a sua indiscutível importância na cultura dos povos merece todo o meu reconhecimento e interesse. O mito alimentou e alimenta a vida da maior parte da humanidade. Todo o homem precisa de qualquer coisa de supra-humano que lhe retire a angústia da incerteza da vida e do seu valor no mundo. Desse ponto de vista, Jesus é a excelência. A versão dos evangelhos usada pela igreja mostra-nos um Jesus filantropo, quase homem, quase deus, que deu tudo pelos homens sejam eles muito ou pouco pecadores, um Jesus que veio para nos salvar e que nos perdoou tudo, mesmo o imperdoável. Um Jesus que viveu numa constante preocupação de se mostrar humano sem sair da sua condição de superioridade divina perante os homens, superioridade que seria, segundo os evangelhos que conhecemos, transposta para a igreja, tal como aconteceu. Morreu pela humanidade, como um homem, duvidou como um homem e julgou-se no último minuto abandonado pelo seu pai, tal como os homens e acabou ao lado de deus, tal como desejam os homens. É uma figura indisutivelmente fascinante.
Foi esta, de entre muitas outras, a versão da história escolhida pelos fundadores da igreja. É esta versão que determina os fundamentos da igreja cristã e que lhe permite dizer tudo o que quer em nome de deus. A igreja quis e cumpriu-se a sua condição de mediadora na relação dos homens com deus. A igreja cristã quis e tornou-se uma inevitabilidade para chegar a deus.
Hoje, o que me incomoda não é Jesus, essa figura sem par e que merece toda a minha admiração e respeito. Hoje, o que me incomoda é precisamente a instituição da igreja. A igreja não evoluiu, nem tenta evoluir, ou naquilo que evolui, evolui sempre tardiamente e à força. A igreja tem tido dificuldades em integrar-se na modernidade, e à medida que veio perdendo força, optou por encarar a modernidade e as consequências boas e más dela, como o inimigo. A igreja, no fundo continua a acreditar que pelo medo e pela ocultação conquista e mantém os seus fieis. Esquece-se, finge que não vê, que os homens cada vez se afastam mais dela, porque cada vez mais homens conhecem a sua farsa e desistem dela. Ninguém duvida ou pode duvidar do seu papel na construção da civilização. A igreja passou-nos um bilhete sem retorno, isto é, não há como alterar a história e as marcas da igreja na construção da civilização ocidental. Mas a igreja hoje devia deixar de uma vez por todas de se aproveitar e de alimentar a desgraça humana para se manter activa. Devia deixar de usar a fraqueza humana como o único esqueleto que a sustenta. Mas não. A igreja quer manter-se hirta, quer o que sempre teve, o poder, porque é apenas de poder que se trata quando se fala da igreja, e com medo de o perder tenta impor-se e sente-se no direito de exigir aos seus fieis perfeitas e incompreensíveis idiotices, que os que podem não cumprem e os que precisam, por causa dela, da igreja, morrem, como é facil de perceber na questão do uso de contraceptivos, só para dar um exemplo. Será que alguém vê amor ao próximo neste impedimento? A igreja esconde, manipula e mente. Os homens a pouco e pouco vão descobrindo por eles próprios, no meio do silêncio, a verdade, quando a verdade deveria vir da própria igreja. É um feitiço que acredito, a pouco e pouco se vá voltando contra o feiticeiro.
Foi esta, de entre muitas outras, a versão da história escolhida pelos fundadores da igreja. É esta versão que determina os fundamentos da igreja cristã e que lhe permite dizer tudo o que quer em nome de deus. A igreja quis e cumpriu-se a sua condição de mediadora na relação dos homens com deus. A igreja cristã quis e tornou-se uma inevitabilidade para chegar a deus.
Hoje, o que me incomoda não é Jesus, essa figura sem par e que merece toda a minha admiração e respeito. Hoje, o que me incomoda é precisamente a instituição da igreja. A igreja não evoluiu, nem tenta evoluir, ou naquilo que evolui, evolui sempre tardiamente e à força. A igreja tem tido dificuldades em integrar-se na modernidade, e à medida que veio perdendo força, optou por encarar a modernidade e as consequências boas e más dela, como o inimigo. A igreja, no fundo continua a acreditar que pelo medo e pela ocultação conquista e mantém os seus fieis. Esquece-se, finge que não vê, que os homens cada vez se afastam mais dela, porque cada vez mais homens conhecem a sua farsa e desistem dela. Ninguém duvida ou pode duvidar do seu papel na construção da civilização. A igreja passou-nos um bilhete sem retorno, isto é, não há como alterar a história e as marcas da igreja na construção da civilização ocidental. Mas a igreja hoje devia deixar de uma vez por todas de se aproveitar e de alimentar a desgraça humana para se manter activa. Devia deixar de usar a fraqueza humana como o único esqueleto que a sustenta. Mas não. A igreja quer manter-se hirta, quer o que sempre teve, o poder, porque é apenas de poder que se trata quando se fala da igreja, e com medo de o perder tenta impor-se e sente-se no direito de exigir aos seus fieis perfeitas e incompreensíveis idiotices, que os que podem não cumprem e os que precisam, por causa dela, da igreja, morrem, como é facil de perceber na questão do uso de contraceptivos, só para dar um exemplo. Será que alguém vê amor ao próximo neste impedimento? A igreja esconde, manipula e mente. Os homens a pouco e pouco vão descobrindo por eles próprios, no meio do silêncio, a verdade, quando a verdade deveria vir da própria igreja. É um feitiço que acredito, a pouco e pouco se vá voltando contra o feiticeiro.
Thursday, April 13, 2006
Afinal até facilitam as coisas
Os deputados que não foram de férias são claramente a maioria que deve ter o direito de votar a legislação ou o que quer que seja. Deviam publicar a lista dos que foram, sem vergonha, apenas assinar.
Na senda do inimigo
Leio no Diário Digital que o Vaticano actualizou a lista de pecados. Há dois meses que passei a pecar mais por causa de uma TV. Se eu sabia...
O mundo ao contrário
É o Natal, é o Carnaval, é a Páscoa, são as férias em Agosto, são os casamentos e os baptizados, até mesmo alguns feriados... Julgo que o normal seria o inverso, mas cada vez me custa mais conviver com estas festividades.
Wednesday, April 12, 2006
...é que eu gosto muito do Hermann Hesse e ainda não li "Gertrude"...
“Onde encontrarmos algo que se pareça com a música devemos deter-nos; na vida não existe nada que valha mais a pena alcançar do que o sentimento da música, o sentimento de ressonância e de uma vida com ritmo, da justificação harmónica da existência. Onde houver tudo isto, poderá haver ainda coisas por explicar; a verdade é que ainda há muito por explicar em todos nós.”
Hermann Hesse, in carta a Ludwig Renner, (publicada em Música, p-169, ed. Difel, Lisboa 2003).
Hermann Hesse, in carta a Ludwig Renner, (publicada em Música, p-169, ed. Difel, Lisboa 2003).
(Copiado integralmente e sem autorização prévia, daqui.)
Sugestão para uma lei dos blogues: quando não tem nada para escrever, cite.
"O homem culto é apenas mais culto; nem sempre é mais inteligente que o homem simples."
Hermann Hesse
Tuesday, April 11, 2006
Simpatias com porquê

Acabo de ouvir o Carlos Vaz Marques a entrevistar a Maria Filomena Mónica. Hoje, o entrevistado não tem qualquer importância para mim. Mas o Carlos Vaz Marques tem sempre a minha admiração. Para além de preparar muito bem cada um dos seus programas e de estar sempre à altura do entrevistado com as questões mais oportunas, tem sempre aquela simpatia ímpar, acompanhada da sua belíssima voz.
Monday, April 10, 2006
Não creio que o faça...
Antes de ir almoçar dou uma vista de olhos por alguns blogues e penso naquilo que eles revelam de nós...
Será que vos devia enganar e ordenar muito direitinhos, por ordem alfabética, os links para outros blogues da lista aqui ao lado?
da liberdade de escolha
Hoje acordei a pensar, até que ponto é que alguém que por gosto - e não por necessidade, encomenda ou obrigação - pretende trabalhar para escrever uma obra biográfica, escolhe o biografado porque de alguma forma se identifica com ele - ainda que esta identificação não seja linear ou corresponda mesmo ao oposto da sua personalidade...
do particular para o geral
Eu sei que há milhares de fotografias do Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, mas eu, embora não goste muito de fazer fotografia panorâmica, ando há séculos a tentar tirar-lhe umas fotografias. Não resisto, em especial, a este pedaço que é o mais conhecido e importante. Espero que gostem de o rever.
O Aqueduto das Águas Livres tem 18,6 km. É um projecto de João da Maia e foi mandado construir pelo rei D. João V. Os arcos, da autoria de Custódio Vieira, e que se veêm nestas quatro fotografias, correspondem ao último troço do Aqueduto, situado entre a colina de Monsanto e a colina das Amoreiras, no Vale de Alcântara.
O Aqueduto das Águas Livres tem 18,6 km. É um projecto de João da Maia e foi mandado construir pelo rei D. João V. Os arcos, da autoria de Custódio Vieira, e que se veêm nestas quatro fotografias, correspondem ao último troço do Aqueduto, situado entre a colina de Monsanto e a colina das Amoreiras, no Vale de Alcântara.




Sunday, April 09, 2006
Remix
Ontem, em casa de uns amigos, eu os filhos deles e as minhas filhas folheámos durante uns minutos a história do "Patinho Feio". Logo no início da história (uma versão muito bonita com uma ilustração fabulosa) os patinhos nascem. A ilustração mostra o habitual, cascas de ovos partidas a meio e uns patinhos cá fora e outros ainda a querer sair. Lá começaram eles a explicar que os patinhos nascem de dentro dos ovos e que lá dentro, quando se começam a sentir muito apertados, picam com o bico a casca do ovo e assim conseguem que ela se parta para saírem muito felizes cá para fora, etc, etc, etc.
Hoje, tal como tinha prometido às minhas filhas, faríamos um bolo, actividade que elas adoram e que culmina com o tradicional lamber da taça e dos dedos. Logo no início, quando começávamos a partir os ovos, a Sofia põe um semblante de dor misturado com repúdio e diz:
- Ó mamã, estes ovos não têm pintainhos, pois não?
- Não, estes não...
- Ainda bem, porque depois batê-los na batedeira ia ser muito triste, pois é mamã?
- .....
Hoje, tal como tinha prometido às minhas filhas, faríamos um bolo, actividade que elas adoram e que culmina com o tradicional lamber da taça e dos dedos. Logo no início, quando começávamos a partir os ovos, a Sofia põe um semblante de dor misturado com repúdio e diz:
- Ó mamã, estes ovos não têm pintainhos, pois não?
- Não, estes não...
- Ainda bem, porque depois batê-los na batedeira ia ser muito triste, pois é mamã?
- .....
Friday, April 07, 2006
PARABÉNS!!!
À minha querida irmã e ao meu querido irmão, que nasceram ambos no mesmo dia e na mesma hora mas em minutos diferentes, o que creio tê-los convertido em duas pessoas indiscutivel e incrivelmente diferentes. Um abstémio e uma "alcoólica", só para dar um exemplo banal. Ambos loucos, mas felizes. Dez anos depois da minha inabalável condição de filha única, o sonho converteu-se em pesadelo, e fez-se realidade... MUITOS PARABÉNS MEUS QUERIDOS!!!

(TR)