Friday, June 30, 2006
O toque que faltava
Thursday, June 29, 2006
Quando o telefone toca

Parece paranóia

Wednesday, June 28, 2006
Inocente Ironia
- POR-TU-GAL, POR-TU-GAL, POR-TU-GAL, POR-TU-GAL, POR-TU-GAL, POR-TU-GAL!
A mais velha cansa-se e decide parar de gritar, mas a mais nova, de dois anos, estava muito emocionada e continua a cantar tão alto quanto pode . Eis senão quando começo a tomar atenção e oiço:
- MUR-TU-GAL, MUR-TU-GAL, MUR-TU-GAL, MUR-TU-GAL!
(Lembrei-me agora que o título deste post podia ter sido: "Se eu fosse supersticiosa...")
Ódios de estimação
Ninguém canta tão mal tão bem como Os Xutos e Pontapés!
Desculpem os fãs,mas eles cantam tão, mas tão mal!
Tuesday, June 27, 2006
"À mulher de César não basta parecer,..."
Monday, June 26, 2006
A oportunidade perdida
Hoje, passada meia hora do fim do jogo Portugal-Holanda, o barulho na rua era enorme com carros a apitar e pessoas a gritar.
A minha filha mais velha, de três anos, que estava emocionadíssima com a excitação dentro e fora de casa, pegou-me na mão, e com o olhar na direcção da varanda, perguntou-me:
- mamã, hoje não te apetece gritar alto?
A dúvida (II)
Sunday, June 25, 2006
A dúvida
Saturday, June 24, 2006
Thursday, June 22, 2006
Afinal...
Wednesday, June 21, 2006
Quando a falta de pretexto é o melhor pretexto

Cântico negro
(...)
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais
ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
José Régio em Poemas de Deus e do Diabo, 1925
Tuesday, June 20, 2006
Exposição "Picasso Tradición Y Vanguardia"
Monday, June 19, 2006
Sunday, June 18, 2006
Três notícias retidas
Mas alguém, para além daquele advogado medonho, acha que dezoito anos de prisão ou mesmo os vinte cinco anos de prisão máxima, seriam uma pena pesada para tão hediondo crime?
- Ainda dentro da mesma linha, o Parlamento Europeu instou as autoridades portuguesas a fazerem tudo o que puderem para que haja severidade na punição dos responsáveis pela tortura até à morte do transexual, Gisberta.
Não é isto lamentável? Não é lamentável que até o Parlamento Europeu tema que nada seja feito? Esperemos para ver o resultado deste "empurrãozinho".
- Apenas mais um desconhecido cientista português, José Silva, a brilhar obrigatoriamente lá fora e a encher-nos de orgulho saloio cá dentro. Eu confesso-me um desses saloios orgulhosos!
A notícia: "Cientista português identifica gene que reverte células adultas em estaminais"
Se eu fosse supersticiosa
1º- Publiquei no Flickr antes de ir de férias esta semana , uma fotografia de uma das minhas filhas. Alguém decidiu comentar a fotografia com o aviso de que lhe parecia muito estranho, mas irresistível, dizer que aquela imagem lhe trazia à memória a expressão da sua pequena irmã que tinha morrido num acidente de viação há seis anos atrás;
2º- Chego à praia de Odeceixe e vou ao bar da praia deliciar-me com uma fatia de bolo caseiro que a dona do bar faz diariamente. Quem me serviu o bolo foi o marido da senhora, que sorrindo hesitante e num tom nostálgico me disse que eu era terrivelmente parecida com uma namorada que ele tivera e que morreu ainda muito nova num acidente de viação. Eu, algo desconcertada mas conhecendo-lhe a simpatia arrisquei dizer que esperava que, apesar disso, sempre que me visse lhe viessem boas recordações à memória. Ele abriu um sorriso, piscou-me o olho e disse: - nem imagina...! Peguei no bolo e fui-me sentar;
3º- Num dia à noite, depois de um belo pargo grelhado, voltámos para casa. À porta de casa, que dista uns 30m da praia, está uma bela cobra com cerca de 40cm de comprimento, que mal pressente a minha presença estática a olhá-la incrédula, desata a atravessar a rua. Pensei que, em momentos assim, desatasse aos gritos, ou a correr para trás, mas não. A sensação foi aquilo que julgo ser sentir a cobra subir por mim acima e enrolar-se no meu pescoço tentando asfixiar-me. Desnecessário será dizer que tive dificuldade em dormir nos dias seguintes...
E no regresso não resisto a partilhar isto convosco:

e esta, a longa, lenta, lânguida Ribeira de Odeceixe que vai desaguar na mesma belíssima praia ao fundo:

E se julgam que choveu de dia nesta praia, enganam-se. Não choveu um único dia, choveu apenas de noite. Há seguramente "santos populares" que gostam de ir à praia! E este sítio, se não é, parece abençoado!
Saturday, June 10, 2006
Friday, June 09, 2006
O poema que me apetece
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar…),
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa,
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
Às normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,
E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-me com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter de pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo mais é estúpido como um Dostoievski ou um Gorki.
Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida!
Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Álvaro de Campos
Projecto preliminar para uma Recuperação e Revitalização da Baixa-Chiado
Thursday, June 08, 2006
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Wednesday, June 07, 2006
Tuesday, June 06, 2006
Três notas sobre o Plano Nacional de Leitura
"O Plano Nacional de Leitura, aprovado por esta Resolução, define um conjunto de estratégias destinadas a promover o desenvolvimento de competências nos domínios da leitura e da escrita, bem como o alargamento e aprofundamento dos hábitos de leitura, designadamente entre a população escolar.
Como principais acções a desenvolver no âmbito do Plano Nacional de Leitura, destacam-se:
a) A promoção da leitura diária em Jardins-de-infância e Escolas de 1.º e 2.º Ciclos nas salas de aula;
b) A promoção da leitura em contexto familiar;
c) A promoção de leitura em bibliotecas públicas e noutros contextos;
d) O recurso aos meios de comunicação social e a campanhas para sensibilização da opinião pública;
e) A produção de programas centrados no livro e na leitura a emitir pela rádio e pela televisão;
f) O apoio a blogs e chat-rooms sobre livros e leitura para crianças, jovens e adultos.
Para assegurar a comunicação dos programas e iniciativas e a interacção com as escolas e com todas as entidades envolvidas, será construído um site, em permanente actualização, com orientações de leitura para cada idade e instrumentos metodológicos destinados a educadores, professores, pais, bibliotecários, mediadores e animadores e eventuais voluntários. Do mesmo modo, prevê-se ainda acções de formação presenciais e on-line destinadas a educadores, professores, mediadores e voluntários.
No quadro da divulgação do Plano Nacional de Leitura junto da sociedade civil, podem ainda ser chamados a colaborar na sua execução escritores, ilustradores, criadores e outras entidades que se disponibilizem a participar em acções ou a promover iniciativas.
Por último, esta Resolução nomeia a mestre Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar para o cargo de Comissária do Plano Nacional de Leitura."
Três notas sobre este assunto:
1. Praticamente todas estas iniciativas que o Plano pretende adoptar, indicadas em cima de "a" a "f", estão já a ser postas em prática há anos nas escolas, nas bibliotecas, houve e há programas de TV e rádio sobre livros, há blogues sobre livros, etc. Quanto às campanhas de sensibilização, não servem de nada. Se conseguirem converter a leitura numa moda, "a moda de ler", acredito que possa ter algum sucesso. (Peçam ajuda aos "Morangos com Açúcar")
2. Saramago, na sua infeliz intervenção sobre este assunto, tem também razão quando diz que a leitura pertence a uma elite. É um facto. Quem teve o privilégio de no seio da família, ou a capacidade para individual ou colectivamente, em qualquer altura da sua vida, perceber o poder da leitura e sentir-lhe o gosto convertendo-a num vício, do qual se extraem generosos proveitos, pertence efectivamente a uma elite restrita, a elite dos que lêem e gostam de ler.
3. Mais do que um, dois, três, quatro Planos Nacionais de Leitura, quem tem feito muito para pôr as pessoas a ler como eu nunca tinha visto são os jornais gratuitos. Às 10h da manhã entro no Metro e já esgotaram. Entro nas carruagens e há inúmeras pessoas a ler os jornais. Parados nos semáforos, vejo também inúmeros carros a abrir a janela para receber o jornal. Será que alguém da comissão gigantesca criada para pensar a estratégia, consegue analisar, perceber e utilizar o que for pertinente neste fenómeno em proveito do Plano?
Sunday, June 04, 2006
Rau de relíquia

Woman with rose, Renoir
Saturday, June 03, 2006
Friday, June 02, 2006
A propósito do assunto: Mobilidade na Função Pública
Thursday, June 01, 2006
A propósito ainda...
A propósito também...
