Tuesday, February 28, 2006
um desabafo de Carnaval
Não pretendia abordar o tema do Carnaval, mas acabo de chegar da rua e não resisto, cá vai um desabafo.
Detesto o Carnaval. Detesto profundamente. O Carnaval em Portugal é ridículo, é pequeno, é triste, é horrível, não é burlesco é dantesco, é hediondo, ... É uma tentativa abortada de cópia do Carnaval do Brasil, sem a menor capacidade criativa, com pessoas despidas a dançar com temperaturas próximas de graus negativos, a dançar o samba, com convidados brasileiros, portugueses, parolos, palermas, etc, etc. Somos ridículos, ridículos, ridículos, feios, feios, feios, tristes, tristes, tristes, tristes, tristes,...
Estou particularmente chocada porque, como já disse, acabo de chegar da rua e acabo de ver um grupo de crianças, todas deficientes, com deficiências diversas, provavelmente pertencentes a algum Centro de Acolhimento. Todas estavam disfarçadas, umas com sacos de plástico pretos do lixo enfiados no pescoço a fazer de vestido, outras com caretas medonhas, outras com roupa enorme e muito velha e muito feia, ou apenas mais velha e mais feia do que aquela que elas usam diariamente...., outras pintadas com cabeleiras horríveis, tão horríveis, tão horríveis, tão tristes, tão tristes, mais tristes e feias do que aquilo que são verdadeiramente, perdoem-me a franqueza. E eu, olhei prás minhas filhas lindíssimas, uma de japonesa finíssima, com um laço gigante nas costas, muito penteadinha, muito pintadinha; a outra com um fato de sapo em segunda-mão, mas lindíssimo e apeteceu-me chorar....
Detesto o Carnaval. Detesto profundamente. O Carnaval em Portugal é ridículo, é pequeno, é triste, é horrível, não é burlesco é dantesco, é hediondo, ... É uma tentativa abortada de cópia do Carnaval do Brasil, sem a menor capacidade criativa, com pessoas despidas a dançar com temperaturas próximas de graus negativos, a dançar o samba, com convidados brasileiros, portugueses, parolos, palermas, etc, etc. Somos ridículos, ridículos, ridículos, feios, feios, feios, tristes, tristes, tristes, tristes, tristes,...
Estou particularmente chocada porque, como já disse, acabo de chegar da rua e acabo de ver um grupo de crianças, todas deficientes, com deficiências diversas, provavelmente pertencentes a algum Centro de Acolhimento. Todas estavam disfarçadas, umas com sacos de plástico pretos do lixo enfiados no pescoço a fazer de vestido, outras com caretas medonhas, outras com roupa enorme e muito velha e muito feia, ou apenas mais velha e mais feia do que aquela que elas usam diariamente...., outras pintadas com cabeleiras horríveis, tão horríveis, tão horríveis, tão tristes, tão tristes, mais tristes e feias do que aquilo que são verdadeiramente, perdoem-me a franqueza. E eu, olhei prás minhas filhas lindíssimas, uma de japonesa finíssima, com um laço gigante nas costas, muito penteadinha, muito pintadinha; a outra com um fato de sapo em segunda-mão, mas lindíssimo e apeteceu-me chorar....
Monday, February 27, 2006
O dia de hoje foi todo ele um momento...
...de inegualável calma. O Metro vazio. O telefone não tocou na empresa, nem consegui telefonar para ninguém. Que eu saiba trabalha-se em toda a Europa. Trabalha-se mesmo. Creio que em Portugal, ninguém trabalhou efectivamente, hoje!
O post que eu nunca pensei escrever...
Eu não percebo rigorosamente nada de futebol. Mas gosto de futebol... Detesto os fanatismos e exageros. Tratando-se de jogadores profissionais, é-me absolutamente incompreensível aquela premeditada e assim absolutamente conscientemente capacidade de provocar uma lesão que pode afectar o colega da equipa adversária para o resto da vida... Mas adiante, nada de novo com isto, infelizmente.
Ontem vi durante uns dez minutos o Benfica-FC Porto e retive duas coisas que me apetece comentar:
1º- Jogam tão mal...! Não seguram a bola nos pés; jogam com as mãos; passam mal a bola; não acertam na baliza; batem uns nos outros;... Com profissionais a jogar daquela maneira, qualquer rapazinho que ainda não tenha trinta anos e tenha alguma força de vontade, poderia ainda ter um futuro brilhante no futebol profissional;
2º- A dada altura um comentador diz o seguinte: "Este é um jogo de respiração cortada!". A frase é hilariante! É-o ainda mais porque foi aplicada num contexto de bom jogo, o que a meu ver é um insulto a qualquer pessoa com alguma imparcialidade e com algum bom-senso. Apesar de tudo prefiro acreditar que a frase é polissémica e interpretá-la assim: ver jogar tão mal jogadores ditos profissionais corta de facto a respiração a qualquer pessoa digna de ser qualificado enquanto "profissional" !
Ontem vi durante uns dez minutos o Benfica-FC Porto e retive duas coisas que me apetece comentar:
1º- Jogam tão mal...! Não seguram a bola nos pés; jogam com as mãos; passam mal a bola; não acertam na baliza; batem uns nos outros;... Com profissionais a jogar daquela maneira, qualquer rapazinho que ainda não tenha trinta anos e tenha alguma força de vontade, poderia ainda ter um futuro brilhante no futebol profissional;
2º- A dada altura um comentador diz o seguinte: "Este é um jogo de respiração cortada!". A frase é hilariante! É-o ainda mais porque foi aplicada num contexto de bom jogo, o que a meu ver é um insulto a qualquer pessoa com alguma imparcialidade e com algum bom-senso. Apesar de tudo prefiro acreditar que a frase é polissémica e interpretá-la assim: ver jogar tão mal jogadores ditos profissionais corta de facto a respiração a qualquer pessoa digna de ser qualificado enquanto "profissional" !
Sunday, February 26, 2006
O valor de uma mentira
Hoje alguém com 82 anos a quem eu digo quando se proporciona que aparenta menos idade, porque é, efectivamente, verdade, reagiu assim ao anúncio da minha nova idade: "34?? Parece ter...24, sinceramente!". E em silêncio retribuímos com sorrisos e um longo abraço a cumplicidade daquela mentira exagerada e generosa que me soube tão bem!
Saturday, February 25, 2006
recorrente
Nunca se despede com um Adeus como eu, mas sim com um Até logo, e sei que voltará a ligar brevemente...
Inventário de Obsessões

Marcou uma boa parte da minha vida tanto a solo como com a banda, mas o génio é indiscutivelmente ele, Lloyd Cole.
Friday, February 24, 2006
baralho...
inverso, adverso, Índia, obstinada, invocação, rosto, notícias, espaço, brilha, derramou, café, segredos, barlavento, navegação, ilha, discreto, frio, digital, competente, doente, leitaria, próprio, mãos, sapo, japonesa, chuva, inquilino, mapa, murmúrio, prumo, bússolas, desterro, espelho, voltar, bolo, instante deuses, rápidos, bom, Perú, estátuas, descoberto, e-mail, respirar, luz, comercial, presença, delicado, lugar, doente, negativo, impõe, meticulosa, ausência, contrato, si, país, chocolate, ...
Thursday, February 23, 2006
BOAS NOTÍCIAS
Wednesday, February 22, 2006
O crime
Há dias, num Sábado de manhã, com as ruas cheias de gente, houve um assalto a uma ourivesaria, perto de minha casa, em Lisboa. Os assaltantes eram cinco profissionais, encapuçados, usavam armas de guerra, não temiam em ameaçar as pessoas que se aproximavam, levaram o tempo que lhes apeteceu e roubaram aquilo que lhes apeteceu. Hoje, houve um assalto a uma caixa multibanco em Oliveira de Azeméis. Um daqueles assaltos surreais em que os assaltantes usam veículos próprios, rebentam paredes arrastam e arrombam, literalmente, as caixas Multibanco. Estavam também munidos de armas e mataram um amigo dos meus pais, que por mero acaso se cruzou com eles no local do assalto. Ironicamente foi alvejado mortalmente em Portugal, tendo sido durante anos emigrante num país com elevadíssimas taxas de criminalidade como a Venezuela. Efectivamente, toca-me por ter acontecido mais próximo de mim, embora julgue não conhecer a pessoa. Toca-me também porque tenho medo, e creio que este tipo de assaltos planeados, metódicos e profissionais não são muito comuns entre nós. Imagino, que habituados aos brandos costumes, a nossa polícia não esteja devidamente preparada para agir nestes casos. Imagino que só quando houver dados alarmantes sobre o aumento da criminalidade, alguém tardiamente se lembre de tomar medidas necessárias.
Momento do dia
Ao telefone:
- Desculpe, estive aí há duas horas atrás mais ou menos em reunião como Dr. X...
- Ah, sim, sim, diga...
- O Dr. X disse-me que me daria o e-mail com o endereço novo que têm mas acabou por não mo dar e eu vim embora e esqueci-me de lho pedir. Será que mo pode facultar?
- Ah isso não, não estou autorizada. Só o próprio Dr.
- Sim??? Então, importa-se de lhe passar o telefone?
- O Dr. neste momento não está na empresa.
- Hum, estou a ver... está a ver quem sou? Estive aí há umas duas horas atrás em reu...
- Sim, sim, eu sei, mas não estou autorizada a dar contactos a ninguém. Terá de ligar amanhã, hoje já não vai ser possível, e pedir ao Dr..
- ???????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! muito bem, boa tarde!
- Desculpe, estive aí há duas horas atrás mais ou menos em reunião como Dr. X...
- Ah, sim, sim, diga...
- O Dr. X disse-me que me daria o e-mail com o endereço novo que têm mas acabou por não mo dar e eu vim embora e esqueci-me de lho pedir. Será que mo pode facultar?
- Ah isso não, não estou autorizada. Só o próprio Dr.
- Sim??? Então, importa-se de lhe passar o telefone?
- O Dr. neste momento não está na empresa.
- Hum, estou a ver... está a ver quem sou? Estive aí há umas duas horas atrás em reu...
- Sim, sim, eu sei, mas não estou autorizada a dar contactos a ninguém. Terá de ligar amanhã, hoje já não vai ser possível, e pedir ao Dr..
- ???????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! muito bem, boa tarde!
Tuesday, February 21, 2006
o encanto dos impossíveis
...neste preciso momento, apetece-me sentir o cheiro do mar... apenas, e de olhos fechados.
Monday, February 20, 2006
POEMA EM LINHA RECTA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenha calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenha agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe . todos eles príncipes na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que, contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ò príncipes, meus irmãos,
Arre estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos . mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos
Sunday, February 19, 2006
Diálogo ao fim do dia de sábado
Dentro do carro:
S - Mamã? O nosso carro tem forma de rectângulo, pois tem?
Eu - ?????!!!!!... o nosso carro............, sim tem.
S - Tem três bicos, mamã?
Eu - ??????????????????????!!!!!!!!!!!!!!! Não, não tem três bicos. Tem quatro lados.....(deus, como é que eu lhe explico isto??) tem quatro bicos..... com três bicos é um triângulo. O telhado da casa de madeira que tens lá no quarto tem três bicos, por exemplo.
S - (silêncio)... esta janela é um rectângulo, pois é mamã?
Eu - .... sim, é. (silêncio) Agora uma pergunta muuuuuito difícil: a roda do carro, tem forma de quê?
S - Eu sei, de cíííííírculo!!
Eu - Exactamente. Excelente! Tu sabes muitas coisas!!
(algum silêncio)
S- mamã, quantos bicos tem um círculo?
...
S - Mamã? O nosso carro tem forma de rectângulo, pois tem?
Eu - ?????!!!!!... o nosso carro............, sim tem.
S - Tem três bicos, mamã?
Eu - ??????????????????????!!!!!!!!!!!!!!! Não, não tem três bicos. Tem quatro lados.....(deus, como é que eu lhe explico isto??) tem quatro bicos..... com três bicos é um triângulo. O telhado da casa de madeira que tens lá no quarto tem três bicos, por exemplo.
S - (silêncio)... esta janela é um rectângulo, pois é mamã?
Eu - .... sim, é. (silêncio) Agora uma pergunta muuuuuito difícil: a roda do carro, tem forma de quê?
S - Eu sei, de cíííííírculo!!
Eu - Exactamente. Excelente! Tu sabes muitas coisas!!
(algum silêncio)
S- mamã, quantos bicos tem um círculo?
...
Friday, February 17, 2006
Thursday, February 16, 2006
Curto diálogo..
Tem uma vaga noção do que quer dizer, mas não tem a menor noção do que está, efectivamente, a dizer...
No metro, dois rapazes sentados um ao lado do outro. Um deles folheava o jornal "Metro" e ia comentando enquanto o outro de auriculares olhava de vez em quando o colega, gesticulando apenas com a sobrancelha. Entre muitas outras coisas, a dada altura o rapaz do jornal diz-lhe:
- Eia olha, conheço uma amiga igualziiiiiinha a esta, mas diferente. Igualziiiiiiinha meu, mas diferente.
O outro levanta uma das sobrancelhas e cena que sim.
No metro, dois rapazes sentados um ao lado do outro. Um deles folheava o jornal "Metro" e ia comentando enquanto o outro de auriculares olhava de vez em quando o colega, gesticulando apenas com a sobrancelha. Entre muitas outras coisas, a dada altura o rapaz do jornal diz-lhe:
- Eia olha, conheço uma amiga igualziiiiiinha a esta, mas diferente. Igualziiiiiiinha meu, mas diferente.
O outro levanta uma das sobrancelhas e cena que sim.
...
"(...) penso no absurdo de escrever. De estar a escrever quando podia estar com os amigos, ir ao cinema, ir dançar que é uma coisa de que gosto... mas não, um tipo está ali e é um bocado esquizofrénico. (...) Há sempre uma parte subterrânea nas obras de arte impossível de explicar. Como no amor. Esse mistério é, talvez seja, a própria essência do acto criador. (...) Quando criamos é como se provocássemos uma espécie de loucura, quando nos fechamos sozinhos para escrever é como se nos tornássemos doentes. A nossa superfície de contacto com a realidade diminui, ali estamos encarcerados numa espécie de ovo... só que tem de haver uma parte racional em nós que ordene a desordem provocada. A escrita é um delírio organizado."
Wednesday, February 15, 2006
Momento do dia
UM DIA ELE VAI PERDER AS MIÚDAS!!
Conversa ao telefone com o meu marido acabado de chegar de Lisboa ao aeroporto de Madrid:
Eu - (estranho o telefonema) estás em Lisboa?...chegaste?
Ele- sim...cheguei agora...
Eu - Então, passa-se alguma coisa?
Ele - Uma chatiçe, não imaginas.... perdi a mala!
Eu - Foi? Mas esses tipos são sempre a mesma coisa!! Como é que é possível tanta irresponsab... (corta o meu discurso)
Ele - Não, perdi mesmo a mala... entrei no avião e reparei que não tinha mala...devo tê-la deixado... sei lá onde...!!
Eu - Perdeste a mala?!!????!!???!! deixaste a mala algures no aeroporto,no checK-in?
Ele - Não faço a menor ideia.... Só me apercebi quando entrei no avião. Tu por acaso... não tens tempo para ir ao aeroporto ver?
Eu - Eu? Ir ao aeroporto procurar a mala... ok, mas... procurar a mala no aeroporto... vou ter reunião daqui a nada... deixa ver....
Ele - Espera, já te ligo...
algum tempo depois
Ele - Telefonei para o aeroporto. Há uma mala nos perdidos e achados com as características da minha. Deve ser a minha. É que ainda pra mais trouxe aquela mala vermelha pequena que não tem identificação...mas penso que está lá...
Eu - será...??
Ele - não sei, não faço ideia... não a vão embarcar...
Eu - então, vais ter de arranjar roupa...
Ele - vou comprar meias...
Eu - ????!! Ok....
(...)
Conversa ao telefone com o meu marido acabado de chegar de Lisboa ao aeroporto de Madrid:
Eu - (estranho o telefonema) estás em Lisboa?...chegaste?
Ele- sim...cheguei agora...
Eu - Então, passa-se alguma coisa?
Ele - Uma chatiçe, não imaginas.... perdi a mala!
Eu - Foi? Mas esses tipos são sempre a mesma coisa!! Como é que é possível tanta irresponsab... (corta o meu discurso)
Ele - Não, perdi mesmo a mala... entrei no avião e reparei que não tinha mala...devo tê-la deixado... sei lá onde...!!
Eu - Perdeste a mala?!!????!!???!! deixaste a mala algures no aeroporto,no checK-in?
Ele - Não faço a menor ideia.... Só me apercebi quando entrei no avião. Tu por acaso... não tens tempo para ir ao aeroporto ver?
Eu - Eu? Ir ao aeroporto procurar a mala... ok, mas... procurar a mala no aeroporto... vou ter reunião daqui a nada... deixa ver....
Ele - Espera, já te ligo...
algum tempo depois
Ele - Telefonei para o aeroporto. Há uma mala nos perdidos e achados com as características da minha. Deve ser a minha. É que ainda pra mais trouxe aquela mala vermelha pequena que não tem identificação...mas penso que está lá...
Eu - será...??
Ele - não sei, não faço ideia... não a vão embarcar...
Eu - então, vais ter de arranjar roupa...
Ele - vou comprar meias...
Eu - ????!! Ok....
(...)
Breve nota
No post “Parados no tempo” refiro que me parece incrível que o trajecto de comboio Lisboa Porto demore em 2006 o mesmo que demorava em 1996, por exemplo. Não faço qualquer associação ao TGV, não tenciono, nem tem nada a ver com o TGV. Eu não estou à espera de nenhum TGV. O que eu queria dizer é que de há dez anos a esta parte não houve qualquer tipo de melhoramento relativamente à velocidade do comboio, relativamente à preparação das linhas de comboio como aconteceu em outros países da europa e devia ter acontecido também em Portugal. Uma evolução gradual, normal, diria mesmo natural. Mas não. Gostamos de nos enganar a nós próprios e fizemos estações maravilhosas, comprámos comboios excelentes, rápidos, lindos pendulares, mas que não podem andar à velocidade para que foram feitos. Estão aí, são confortáveis, e tristemente, isso, basta-nos. Basta-nos isso, apesar do absurdo, porque aceitamos o absurdo com uma certa naturalidade, o que por outro lado se compreende. Somos terrivelmente provincianos e mesquinhos. Simplesmente. Lamentamos que as casas nos centros das cidades estejam a cair, abandonadas, desabitadas, mas queremos uma casa grande e nova. Desconhecemos a ideia de conservação do património, de racionalização de recursos, de inteligência cultural. E somos invejosos. Aspiramos estar a par dos países de uma europa evoluída. Como? Derrubando o que temos e fazendo tudo de novo, para sermos modernos como eles. Basicamente, é isto que acontece. Pomos fora e compramos novo. Passamos a vida a tentar lavar a cara com lama. Não suportamos não ter um carro novo, uma casa nova, um aeroporto novo, um TGV, campos de futebol novos, centros culturais novos e por aí fora. Somos desmedidos e tristemente pobres, vestidos de ricos.
Tuesday, February 14, 2006
Parados no tempo...
Chego a Lisboa vinda do Porto de comboio, no Alfa Pendular. Uma viagem que durou das 17.15h às 20.15h aproximadamente. Três horas certas de viagem. O comboio, muito confortável, completamente cheio quer para o Porto, quer no regresso. Um bom-bom (será bonbom, bombom?) com forma de coração por ser o dia dos namorados, oferta da CP. Mas.... três horas de viagem?? Há dez anos (talvez mais!) que o comboio demora três horas de viagem de Lisboa ao Porto e vice-versa..., percebem?
Monday, February 13, 2006
Short definition of humiliation
What is humiliation? in Human Dignity and Humiliation Studies é um texto bastante interessante que vale a pena ler.
E que tal uma linguagem absolutamente universal para desintoxicar?
Há tanto tempo que não ponho música neste blogue...
Saint-Saëns, Camille Piano Concerto No 2 - 2nd Movement
Saint-Saëns, Camille Piano Concerto No 2 - 2nd Movement
Sunday, February 12, 2006
CartOOns e mais CartOOns e mais CartOOns e mais CartOOns....
Acabo de chegar de um fim de semana e imagino que um pouco por todos os blogues se aborde o tema dos cartoons, da indignação e incredulidade da generalidade das pessoas perante a atitude de medo e submissão do governo português, pelo menos assim o espero. É verdadeiramente inacreditável. Na verdade, creio que nós, europeus, estamos espantados e incrédulos connosco próprios, com a nossa atitude, com a nossa incapacidade para lidar com um assunto que é aparentemente tão óbvio, com a nossa incapacidade de tomar uma posição conjunta, firme e digna. Nem nós europeus pensávamos que seria desta forma que nós e o resto do mundo iria conhecer e confirmar a fragilidade e divisão de uma Europa que anda há anos a fazer um longo trabalho com vista àquilo que designa de "União Europeia". Como já sabíamos e agora podemos confirmar, a união europeia é um conceito teórico e não uma realidade prática. Somos incapazes de nos entender em relação a valores fundamentais que regem a nossa civilização e que marcam a nossa evolução histórica e moral. Somos uma manta de retalhos que se tenta unir com linhas e pontos diferentes. Nunca seremos uma manta una. Agora o sabemos. Afinal para mais alguma coisa serviram os cartoons.
Vinha a ouvir o Ministro dos Negócios Estrangeiros, numa rádio nacional, a sugerir agora uniões e confraternizações com vista a uma aproximação dos europeus aos árabes através de um campeonato de futebol. Falava também na pintura, nas artes, etc, mas um campeonato de futebol seria a proposta ideal. Muito bem. Parece-me que o desporto tem um inquestionável papel na aproximação dos povos. Mas o futebol tem um outro aspecto curioso, é um desporto de fanatismo. É um desporto de muita alegria, mas que gera violência. Acredito que o MNE, prof. Diogo Freitas do Amaral, não tenha pensado nisto, nem o queira fazer, e pode até não fazer qualquer sentido este meu raciocínio, mas não deixa de ser curiosa a sugestão. O que convém dizer-lhe é que a concretizar-se a ideia, temos duas opções: ou mentalizamos os nossos jogadores para deixarem vencer a equipa árabe; imagino-lhes um péssimo perder; ou vamos previamente mentalizados para pedir desculpa se formos os vencedores.
Vinha a ouvir o Ministro dos Negócios Estrangeiros, numa rádio nacional, a sugerir agora uniões e confraternizações com vista a uma aproximação dos europeus aos árabes através de um campeonato de futebol. Falava também na pintura, nas artes, etc, mas um campeonato de futebol seria a proposta ideal. Muito bem. Parece-me que o desporto tem um inquestionável papel na aproximação dos povos. Mas o futebol tem um outro aspecto curioso, é um desporto de fanatismo. É um desporto de muita alegria, mas que gera violência. Acredito que o MNE, prof. Diogo Freitas do Amaral, não tenha pensado nisto, nem o queira fazer, e pode até não fazer qualquer sentido este meu raciocínio, mas não deixa de ser curiosa a sugestão. O que convém dizer-lhe é que a concretizar-se a ideia, temos duas opções: ou mentalizamos os nossos jogadores para deixarem vencer a equipa árabe; imagino-lhes um péssimo perder; ou vamos previamente mentalizados para pedir desculpa se formos os vencedores.
Thursday, February 09, 2006
constatações e desejos
Esta, pode ser, claramente, a representação do estado de espírito do meu blogamigo Funes, el Memorioso:

antes
Esta, é a representação do estado de espírito com que o desejo ver, rapidamente:

depois
Constatação
A generalidade das pessoas escreve textos muito maiores para fazer uma crítica, do que aqueles que escreve para fazer um elogio.
Wednesday, February 08, 2006
Tuesday, February 07, 2006
Muntanya Narieda des d'Escomelles
Delfi, gosto das fotografias, mas não percebo nada do que escreves. De qualquer forma, enquanto aqui vai reinando um sol fabuloso e uma luz perfeita para boas fotografias, falta-me o tempo... e vou matando o desejo a espreitar fotografias de outros em contextos quase impossíveis para mim, agora... Já que me "roubaste" uma, não faço por menos e eu roubo-te esta, tirada numa montanha que desconheço:
e que de alguma forma se parece com esta que aqui republico, tirada num dia algo cinzento, num contexto completamente diferente da do Delfi, ali perto de Paço d'Arcos:
(it has some similarities with your's, isn'it Delfi?)
(it has some similarities with your's, isn'it Delfi?)

People are strange...
Sentou-se na mesa ao lado, já com o telemóvel ao ouvido. Do outro lado alguém, uma voz masculina falava altíssimo. Ele dizia:
- sim estou a entender. (e olhava para outro telemóvel que pôs em cima da mesa. Começa a escever, julgo que uma mensagem no mesmo.)
- (blá, blá, blá,...)
- sim, entendo. (chama o empregado)
- (blá, blá, blá,...)
- sim... (pede um café, em surdina)
- (blá, blá, blá,..)
- sim, sim. (continua a escrever no outro telemóvel)
- (blá, blá, blá, ..)
- sim, entendo. (toma o café)
- (blá, blá, blá, ...)
- estou a entender. (o outro fala cada vez mais alto, dava para ouvir, ainda que mal, o que dizia em tom zangado)
- (BLÁ, BLÁ, BLÁ...)
- Ó PÁ FALA BAIXO!!! não estou a entender nada. Falamos depois. (e desligou.)
- sim estou a entender. (e olhava para outro telemóvel que pôs em cima da mesa. Começa a escever, julgo que uma mensagem no mesmo.)
- (blá, blá, blá,...)
- sim, entendo. (chama o empregado)
- (blá, blá, blá,...)
- sim... (pede um café, em surdina)
- (blá, blá, blá,..)
- sim, sim. (continua a escrever no outro telemóvel)
- (blá, blá, blá, ..)
- sim, entendo. (toma o café)
- (blá, blá, blá, ...)
- estou a entender. (o outro fala cada vez mais alto, dava para ouvir, ainda que mal, o que dizia em tom zangado)
- (BLÁ, BLÁ, BLÁ...)
- Ó PÁ FALA BAIXO!!! não estou a entender nada. Falamos depois. (e desligou.)
Monday, February 06, 2006
Inventário de Obsessões
E para que conste, há muitas coisas que me encantam no Brasil. A praia não é, definitivamente, uma delas.
Oscar Niemeyer.
Tenho uma enorme admiração pelo arquitecto. Os seus trabalhos são absolutamente fascinantes. Tenho menor admiração pelas ideologias que defende, mas isso a mim, e para o caso, não interessa nada.
"Camus diz em O Estrangeiro que a razão é inimiga da imaginação. Às vezes, você tem de botar a razão de lado e fazer uma coisa bonita."
Oscar Niemeyer.
Tenho uma enorme admiração pelo arquitecto. Os seus trabalhos são absolutamente fascinantes. Tenho menor admiração pelas ideologias que defende, mas isso a mim, e para o caso, não interessa nada.
"Camus diz em O Estrangeiro que a razão é inimiga da imaginação. Às vezes, você tem de botar a razão de lado e fazer uma coisa bonita."
Diálogo ao jantar
T - ...
S - ...mamã, comi bolo com bonecos em cima...
T - bolo? alguém fez anos?
S - o Francisco Azevedo fez 4 anos! (algo triste)
T - então cantaram os parabéns!!...
S - ...ele disse que eu sou bebé... (zangada) disse que tenho DOIS anos! mamã, compras-me um bolo pra eu levar prà escola amanhã?
T - um bolo? um bolo para quê?
S - um bolo com bonecos em cima pra eu fazer SEIS anos na escola. Pode ser, pois pode, mamã? eu não sou bebé, pois não, mamã? o Francisco Azevedo diz que eu sou bebé... que tenho dois anos...
T -!!!!!!!!!!!! ... mas não tens dois anos.... Quantos tens?
S - ( em vos baixa) tenho três, mas posso fazer seis anos amanhã, pois é mamã?
T - ??!!....
S - ....
S - ...mamã, comi bolo com bonecos em cima...
T - bolo? alguém fez anos?
S - o Francisco Azevedo fez 4 anos! (algo triste)
T - então cantaram os parabéns!!...
S - ...ele disse que eu sou bebé... (zangada) disse que tenho DOIS anos! mamã, compras-me um bolo pra eu levar prà escola amanhã?
T - um bolo? um bolo para quê?
S - um bolo com bonecos em cima pra eu fazer SEIS anos na escola. Pode ser, pois pode, mamã? eu não sou bebé, pois não, mamã? o Francisco Azevedo diz que eu sou bebé... que tenho dois anos...
T -!!!!!!!!!!!! ... mas não tens dois anos.... Quantos tens?
S - ( em vos baixa) tenho três, mas posso fazer seis anos amanhã, pois é mamã?
T - ??!!....
S - ....